Por
Agnaldo Santos
O
Município de Camacan sediou na noite desta quarta-feira (1º), uma audiência
pública com amplo questionamento sobre a mono cultivo do eucalipto na região do
cacau. O fórum de discussões foi uma iniciativa do vereador Neilton Bahia e
ocorreu no plenário da Câmara Municipal atraindo membros do poder executivo,
legislativo e sociedade organizada.
ONGS,
membros do Conselho Municipal e ambientalistas pautaram a audiência em oposição
ao mono cultivo do eucalipto na cidade de Camacan.
A Veracel
Celulose parte interessada no debate, não enviou representante e esta ausência
deu o que falar revoltando os organizadores do evento que fizeram duras
criticas á multinacional.
A
Fundação Padre José Koopmans e ONG CEPEDES de Teixeira de Freitas que
contribuem para a sustentabilidade do desenvolvimento regional, criando
condições para o aprimoramento das políticas públicas e priorizam a preservação
do bioma mata atlântica, estiveram presentes no evento.
O
coordenador da Fundação Padre José Koopmans, João Luiz Monti um dos oradores
da audiência concedeu entrevista á nossa reportagem e disse que o
monocultivo do eucalipto no Extremo-sul Baiano é o atual território de
identidade há mais de 40 anos,desde quando aconteceram os primeiros plantios.
“Aquilo que nós trouxemos aqui foi para servir de reflexão, não necessariamente
para afirmar que somos contra o eucalipto, mas somos contra o modelo que
não transmite e não gera renda para a maioria da população e pessoas de nossa
região”.
Ele
argumentou que estas empresas geram renda para as grandes instituições como o
BNDS, para o capital transnacional, para as empresas que plantam, mas somente
para estes grupos muito restritos.
O
coordenador ressaltou a importância da população de Camacan em discutir este
tema assim como deveria ter discutido tantos outros temas a cerca da
viabilidade da potencialidade daquilo que realmente querem e desejam para suas
populações e seus filhos, para o futuro desta cidade, para a proteção do meio
ambiente, da água e de tantos outros recursos naturais que nos deixa
gratificados e honrados pelo convite que foi feito á Fundação Padre José
por tudo que foi feito pelo Padre José Coopmans, o que significa ser uma
homenagem a uma pessoa que já esteve na região de Camacan dizendo estas
palavras a cerca do tema em torno da monocultura do eucalipto. ”Então
isso pra nós é extremamente gratificante de estar aqui podendo transmitir
estas palavras de reflexão.
Impacto
ambiental
Ele
Destacou que se o eucalipto vier a ser plantado em Camacan haverá o impacto da
redução de uma Biodiversidade existente há tantos anos na região. Ele abordou
que por mais que as empresas interessadas venham dizer que preservam, adotam os
projetos de reserva legal, que formam corredores ecológicos em suas
propriedades, não é exatamente é isso que se tem vivenciado há tantos anos na
região extremo-sul.
Ele
informou que o fato deles deixarem alguns corredores ecológicos, se trata de
uma área extremamente reduzida o que se torna um grande prejuízo para
biodiversidade do bioma mata atlântica na região, especialmente por estar em um
corredor central da mata atlântica é extremamente danoso á manutenção da
qualidade, da exuberância do bioma mata atlântica e todas as suas espécies.
“Nós temos que lembrar que aqui existem por hectare muito mais de
quatrocentas espécies e muitas delas endêmicas e só existentes nesta região,
disse ressaltamos que a qualidade existente precisa ser preservada enquanto
cultura de fato, não enquanto mono cultivo que é do pensamento do eucalipto,
mas de toda uma mega biodiversidade que existe.
Ele
salientou a importância de se preservar os recursos existentes no Município de
Camacan, de mata e produtos que podem ser extraídos da floresta, de recursos
que podem ser obtidos com a floresta em pé, da água, da proteção de todos os
mananciais existentes e salientou que a população deve se preocupar com aquilo
que pode acontecer no entorno do Município de Camacan, porque se os plantios
vierem para estas comunidades do entorno, Camacan pode se tornar um pólo de
mazelas sociais.”É o que nós temos visto nas principais cidades da nossa região
onde há crescente criminalidade , abuso sexual, morte de pessoas pela própria
estrutura de governo, pelas polícias e outras estruturas que estão mais a
serviço do desenvolvimento gerado e criado por eles, do que necessariamente pela
proteção em defesa da vida. Das pessoas e do meio ambiente que tem de ser
preservado e isso deve ser pensado e as pessoas do Município de Camacan
precisam dar uma atenção especial em relação a isso" finalizou.
Não podemos deixar que uma área rica em Biodiversidade como a nossa seja destruída por causa da ganancia do homem. Vamos nos juntar e dizer não ao cultivo do eucalipto em nossa região.
O evento acirrou discussões contrárias ao mono
cultivo no Município.
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