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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Camacan sedia audiência pública sobre o monocultivo do eucalipto





Por Agnaldo Santos

O Município de Camacan sediou na noite desta quarta-feira (1º), uma audiência pública com amplo questionamento sobre a mono cultivo do eucalipto na região do cacau. O fórum de discussões foi uma iniciativa do vereador Neilton Bahia e ocorreu no plenário da Câmara Municipal atraindo membros do poder executivo, legislativo e sociedade organizada.
ONGS, membros do Conselho Municipal e ambientalistas pautaram a audiência em oposição ao mono cultivo do eucalipto na cidade de Camacan.
A Veracel Celulose parte interessada no debate, não enviou representante e esta ausência deu o que falar revoltando os organizadores do evento que fizeram duras criticas á multinacional.
A Fundação Padre José Koopmans e ONG CEPEDES de Teixeira de Freitas que contribuem para a sustentabilidade do desenvolvimento regional, criando condições para o aprimoramento das políticas públicas e priorizam a preservação do bioma mata atlântica, estiveram presentes no evento.
O coordenador da Fundação Padre José Koopmans, João Luiz Monti um dos oradores da audiência concedeu entrevista á nossa reportagem e disse que o monocultivo do eucalipto no Extremo-sul Baiano é o atual território de identidade há mais de 40 anos,desde quando aconteceram os primeiros plantios. “Aquilo que nós trouxemos aqui foi para servir de reflexão, não necessariamente para afirmar que somos contra o eucalipto, mas somos  contra o modelo que não transmite e não gera renda para a maioria da população e pessoas de nossa região”.
Ele argumentou que estas empresas geram renda para as grandes instituições como o BNDS, para o capital transnacional, para as empresas que plantam, mas somente para estes grupos muito restritos.
O coordenador ressaltou a importância da população de Camacan em discutir este tema assim como deveria ter discutido tantos outros temas a cerca da viabilidade da potencialidade daquilo que realmente querem e desejam para suas populações e seus filhos, para o futuro desta cidade, para a proteção do meio ambiente, da água e de tantos outros recursos naturais que nos deixa gratificados e honrados pelo convite que foi feito  á Fundação Padre José por tudo que foi feito pelo Padre José Coopmans, o que significa ser uma homenagem a uma pessoa que já esteve na região de Camacan dizendo estas palavras a cerca do tema em torno da monocultura do eucalipto. ”Então isso pra nós é extremamente gratificante de estar aqui podendo  transmitir estas palavras de reflexão.
Impacto ambiental
Ele Destacou que se o eucalipto vier a ser plantado em Camacan haverá o impacto da redução de uma Biodiversidade existente há tantos anos na região. Ele abordou que por mais que as empresas interessadas venham dizer que preservam, adotam os projetos de reserva legal, que formam corredores ecológicos em suas propriedades, não é exatamente é isso que se tem vivenciado há tantos anos na região extremo-sul.
Ele informou que o fato deles deixarem alguns corredores ecológicos, se trata de uma área extremamente reduzida o que se torna um grande prejuízo para biodiversidade do bioma mata atlântica na região, especialmente por estar em um corredor central da mata atlântica é extremamente danoso á manutenção da qualidade, da exuberância do bioma mata atlântica e todas as suas espécies.  “Nós temos que lembrar que aqui existem por hectare muito mais de quatrocentas espécies e muitas delas endêmicas e só existentes nesta região, disse ressaltamos que a qualidade existente precisa ser preservada enquanto cultura de fato, não enquanto mono cultivo que é do pensamento do eucalipto, mas de toda uma mega biodiversidade que existe.
 Ele salientou a importância de se preservar os recursos existentes no Município de Camacan, de mata e produtos que podem ser extraídos da floresta, de recursos que podem ser obtidos com a floresta em pé, da água, da proteção de todos os mananciais existentes e salientou que a população deve se preocupar com aquilo que pode acontecer no entorno do Município de Camacan, porque se os plantios vierem para estas comunidades do entorno, Camacan pode se tornar um pólo de mazelas sociais.”É o que nós temos visto nas principais cidades da nossa região onde há crescente criminalidade , abuso sexual, morte de pessoas pela própria estrutura de governo, pelas polícias e outras estruturas que estão mais a serviço do desenvolvimento gerado e criado por eles, do que necessariamente pela proteção em defesa da vida. Das pessoas e do meio ambiente que tem de ser preservado e isso deve ser pensado e as pessoas do Município de Camacan precisam dar uma atenção especial em relação a isso" finalizou.

Não podemos deixar  que uma área rica em Biodiversidade como a nossa seja destruída por causa da ganancia do homem. Vamos nos juntar e dizer não ao cultivo do eucalipto em nossa região. 
                             O evento acirrou discussões contrárias ao mono cultivo no Município.

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